O cérebro de uma pessoa com PHDA funciona de forma única, especialmente no que diz respeito à motivação, atenção e regulação emocional.
Pessoas com PHDA apresentam diferenças na regulação e funcionamento dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina, o que impacta o foco, a motivação e o controlo dos impulsos.
Inspirado no acrónimo original em inglês INCUP, criado pelo psiquiatra norte-americano William Dodson, o conceito foi adaptado para português pela psiquiatra Dra. Inês Homem de Melo, dando origem ao simpático PUDIN 🍮
Este modelo representa cinco gatilhos naturais para aumentar a dopamina e a noradrenalina, tornando as tarefas mais envolventes, fáceis de concluir e até divertidas.
Vamos explorá-lo!
Calma, não estamos a falar da sobremesa… 🙃
PUDIN é um acrónimo, que representa:
Estes cinco fatores ajudam a compreender melhor o funcionamento do cérebro na PHDA e oferecem estratégias práticas para lidar com os desafios do dia a dia.
Vamos explorar cada um deles e perceber por que motivo estes estímulos são tão eficazes…
♥️ Quando funciona?
Se uma tarefa estiver ligada a algo que a pessoa realmente gosta, o cérebro entra em estado de hiperfoco, com concentração extrema e alto desempenho.
A paixão ativa o circuito de recompensa, aumentando os níveis de dopamina.
Exemplos práticos:
💡 Dica extra: Crie um quadro ou lista das suas paixões e encontre formas de integrá-las nas suas tarefas diárias!
⏰ Quando funciona?
Prazos apertados e situações de pressão ativam o sistema de resposta ao stress e aumentam momentaneamente a disponibilidade de adrenalina e noradrenalina, ajudando o cérebro a focar.
A urgência cria um sentido de importância, essencial para que o cérebro da PHDA se envolva na tarefa.
Exemplos práticos:
💡 Dica extra: Dizer o prazo a outra pessoa pode aumentar o compromisso e a motivação!
🎯 Quando funciona?
Resolver problemas ou superar dificuldades ativa o sistema de recompensa da dopamina, gerando uma sensação de satisfação.
Quanto maior o desafio (dentro de limites realistas), maior a motivação.
Exemplos práticos:
💡 Tabela de exemplo:
👀 Quando funciona?
Pessoas que têm PHDA respondem bem à criatividade.
Atividades envolventes despertam curiosidade e mantêm o foco, tornando as tarefas menos cansativas.
Exemplos práticos:
🆕 Quando funciona?
O cérebro com PHDA adapta-se rapidamente a estímulos repetitivos.
Introduzir novidades ajuda a manter o interesse e o envolvimento.
Exemplos práticos:
O PUDIN é mais do que um conceito — ou uma sobremesa 😅 — é um convite para explorar formas criativas de aumentar o foco e a motivação na PHDA.
Ao incorporar Paixão, Urgência, Desafio, Interesse e Novidade na rotina, é possível transformar desafios em oportunidades e potenciar as capacidades únicas do cérebro.
Seja para si ou para o seu filho, experimente aplicar estas estratégias no dia a dia e veja a diferença que podem fazer.
E quem sabe, talvez mais tarde nos possa contar como foi essa experiência! 🍮
Morsink, S., Van der Oord, S., Antrop, I., Danckaerts, M., & Scheres, A. (2022). Studying Motivation in ADHD: The Role of Internal Motives and the Relevance of Self Determination Theory. Journal of attention disorders, 26(8), 1139–1158. doi: 10.1177/10870547211050948
Smith, Z. R., & Langberg, J. M. (2018). Review of the Evidence for Motivation Deficits in Youth with ADHD and Their Association with Functional Outcomes. Clinical child and family psychology review, 21(4), 500–526. doi: 10.1007/s10567-018-0268-3
Morsink, S., Sonuga-Barke, E., Mies, G., Glorie, N., Lemiere, J., Van der Oord, S., & Danckaerts, M. (2017). What motivates individuals with ADHD? A qualitative analysis from the adolescent's point of view. European child & adolescent psychiatry, 26(8), 923–932. doi: 10.1007/s00787-017-0961-7