Sabia que a forma como comemos pode afetar diretamente o comportamento, especialmente em casos de hiperatividade?
A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA ou TDAH) é muito discutida, mas nem sempre percebemos que certos alimentos podem piorar ou melhorar os sintomas.
Estas medidas, no entanto, não são exclusivas para quem tem PHDA. A adoção de uma alimentação mais equilibrada e natural pode beneficiar qualquer pessoa, ajudando a manter a energia estável e a promover um comportamento mais equilibrado.
Afinal, se até adultos sem esta perturbação podem sentir-se mais agitados ao consumir estimulantes, imagine o impacto que estes mesmos alimentos podem ter em crianças hiperativas!
Vamos então explorar como algumas escolhas simples na alimentação podem ajudar ⬇️
Então, vamos detalhar cada uma delas...
Uma das primeiras coisas que pode fazer é reduzir ou até eliminar alimentos com corantes e conservantes artificiais.
Estes ingredientes estão presentes em snacks industrializados, cereais matinais coloridos e gelatinas, e estudos mostram que podem agravar os sintomas de hiperatividade em algumas crianças. 🚫
Experimente optar por alimentos mais naturais, como frutas frescas, legumes ou iogurte natural, e veja se nota diferença no comportamento.
Há muito debate sobre se o açúcar realmente causa hiperatividade, mas sabemos que grandes quantidades podem causar picos de energia, o que pode deixar as crianças ainda mais agitadas. ⚡
Tente limitar o consumo de refrigerantes, bolachas recheadas e chocolates – principalmente à noite – e prefira alimentos como frutas inteiras ou snacks de vegetais para evitar essas oscilações.
Comidas prontas, fast food e snacks industrializados costumam ser ricos em aditivos e açúcares escondidos.
Esses alimentos podem piorar os sintomas de hiperatividade.
Uma boa prática é optar por refeições feitas em casa, com ingredientes frescos, o que ajuda a manter a energia estável ao longo do dia e favorece um comportamento mais calmo. 😌
Muitas vezes, a agitação e a dificuldade de concentração podem ser agravadas pela falta de nutrientes essenciais.
Nutrientes como ferro, magnésio, zinco e ácidos gordos (ómega-3) são fundamentais para o desenvolvimento cerebral e para o equilíbrio do comportamento.
Incluir mais destes nutrientes na alimentação pode trazer resultados positivos no comportamento!
Se o seu filho ou filha tem sintomas de hiperatividade, vale a pena perceber junto de um médico ou nutricionista se há falta de algum destes nutrientes — nalguns casos, pode ser necessário fazer uma suplementação.
Outro truque simples para controlar a hiperatividade é garantir que as refeições tenham um bom equilíbrio entre proteínas, gorduras saudáveis e fibras.
Além disso, pesquisas recentes indicam que o stress oxidativo desempenha um papel importante no desenvolvimento dos sintomas de hiperatividade!
Uma alimentação equilibrada, rica em antioxidantes naturais, pode ajudar a melhorar a saúde intestinal e, por sua vez, influenciar positivamente os sintomas, devido à interação entre o sistema nervoso e a microbiota intestinal.
💭 Aqui estão algumas sugestões para equilibrar as refeições no dia a dia:
Estudos indicam que dietas ricas em alimentos pró-inflamatórios durante a gravidez aumentam o risco de a criança desenvolver sintomas de hiperatividade e problemas emocionais.
Ou seja, uma alimentação equilibrada desde a gestação pode contribuir para um desenvolvimento neurológico mais saudável.
Ao fazer pequenas mudanças na alimentação, pode ajudar a controlar os sintomas de hiperatividade de forma mais eficaz.
Reduzir açúcares, evitar aditivos artificiais, corrigir carências nutricionais e incluir alimentos ricos em nutrientes são passos simples que podem trazer resultados positivos.
No entanto, é importante mencionar que, embora existam estudos que indiquem uma relação entre a alimentação e a hiperatividade, a evidência científica ainda não é totalmente consensual.
Cada criança é única – por isso, é sempre aconselhável consultar um profissional de saúde antes de realizar grandes mudanças na dieta.
💡 Quer saber mais sobre como superar os desafios associados à hiperatividade, ao défice de atenção e à ansiedade? Agende uma consulta com os nossos especialistas.
Carter CM, Urbanowicz M, Hemsley R, et al. Effects of a few food diet in attention deficit disorder. Archives of Disease in Childhood. 1993;69:564-568. doi: 10.1136/adc.69.5.564
Farsad-Naeimi A, Asjodi F, Omidian M, et al. Sugar consumption, sugar sweetened beverages and Attention Deficit Hyperactivity Disorder: A systematic review and meta-analysis. Complement Ther Med. 2020;53:102512. doi: 10.1016/j.ctim.2020.102512
Polanska K, Kaluzny P, Aubert AM, et al. Dietary Quality and Dietary Inflammatory Potential During Pregnancy and Offspring Emotional and Behavioral Symptoms in Childhood: An Individual Participant Data Meta-analysis of Four European Cohorts. Biol Psychiatry. 2021;89(6):550-559. doi: 10.1016/j.biopsych.2020.10.008
Visternicu M, Rarinca V, Burlui V, et al. Investigating the Impact of Nutrition and Oxidative Stress on Attention Deficit Hyperactivity Disorder. Nutrients. 2024;16(18):3113. Published 2024 Sep 15. doi: 10.3390/nu16183113
Williams JI, Cram DM, Tausig FT, Webster E. Relative effects of drugs and diet on hyperactive behaviors: an experimental study. Pediatrics. 1978;61(6):811-817. doi: 10.1542/peds.61.6.811